O LIDE FUTURO promoveu, no dia 13
de agosto de 2019, a 22ª edição do LIKE THE FUTURE, intitulada: “Cannabusiness:
um mercado bilionário”. O evento, que teve como um de seus patrocinadores a
HempMeds Brasil, propôs um debate impactante sobre o potencial de mercado do
composto da Cannabis Sativa no Brasil e no mundo, o canabidiol (CBD).
Do evento para cá, grandes
mudanças já ocorreram. Desde o dia 2 de outubro, pacientes e familiares podem solicitar
a importação excepcional de produtos à base de CBD, diretamente no site do Governo
Federal. A nova ferramenta foi anunciada no dia 24 de setembro pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A partir deste mês, os pedidos de
importação do canabidiol serão feitos em um portal do Governo Federal (link: https://www.gov.br/pt-br/servicos/solicitar-autorizacao-para-importacao-excepcional-de-produtos-a-base-de-canabidiol).
A proposta pretende agilizar os atendimentos – que hoje registram espera de
quase 50 dias – feitos a partir de um formulário que será enviado diretamente à
Anvisa. Este novo processo tende a melhorar o tempo de atendimento e os
pacientes poderão acompanhar sua situação de análise do pedido no portal.
A autorização excepcional (RDC 17/2015)
concedida pelo governo possui validade de um ano e, durante o período de
validade dessa autorização, fica liberada a importação dos quantitativos
necessários, sendo que os pacientes ou responsáveis legais deverão apresentar a
prescrição médica com o quantitativo previsto para o tratamento.
Linha do tempo de avanços na Anvisa
- RDC no 38, 12 de agosto de 2013 – Regulamenta o CBD para o “uso compassivo”;
- RDC no 17, 6 de maio de 2015 – Regulamenta a importação de produtos à base de CBD para uso próprio de pessoa física, mediante prescrição médica;
- RDC no 156, 5 de maio de 2017 – Inclui a Cannabis Sativa na DCB (Denominações Comuns Brasileiras) como planta de uso medicinal.
Potencial brasileiro
O Brasil possui extremo potencial
para o agronegócio, com diversos microclimas e terras. Além de dimensões
continentais, conta com muitos países que faz fronteira, o que também garante
potencial para exportar produtos via transporte terrestre, fluvial e marítimo.
É o sétimo maior PIB (Produto Interno Bruto) do mundo e o país mais populoso da
América Latina. Se compararmos com a Colômbia e Uruguai, que estão na nossa
frente na regulamentação do CBD, temos o 32º e 94º PIBs respectivamente, com
populações de 49 milhões e 3,5 milhões respectivamente. Temos um potencial de
público consumidor a ser beneficiado com o CBD maior que a população do
Uruguai.
A estimativa de recursos a serem
movimentados no Brasil vai de R$ 1,1 bi a R$ 4,7 bi por ano, segundo estudo das
empresas de dados do setor (New Frontier e Green Hub). A estimativa mais
entusiasta representa valor equivalente a 6,5% do total do faturamento da
indústria farmacêutica no país em 2017 (R$ 76 bilhões), amparada numa
estimativa de que o país tenha ao menos 3,9 milhões de pacientes que poderiam
ser tratados com Cannabis.
Evolução nas solicitações para Anvisa
O número de pacientes cadastrados
para importação de CBD triplicou nos últimos quatro anos, quando a regulamentação
foi aprovada no Brasil. Segundo a Anvisa, até o último dia 17 de maio, 2.094
pessoas fizeram pedidos para o uso da substância em tratamentos médicos. Se o
ritmo de pedidos seguir assim até o final deste ano, a quantidade deve superar
a de 2018 (3.613 autorizações solicitadas).
Número de solicitações
recebidas:
2015 – 902
2016 – 901
2017 – 2.181
2018 – 3.613
2019 – 2.094 (até 05/2019)
Há aproximadamente 897 médicos
que já prescreveram produto à base de CBD, sendo mais de 40 especialidades
diferentes. O Brasil é considerado como o maior mercado potencial da América
Latina.
Patologias, síndromes e transtornos com maior potencial de melhora com Cannabis Medicinal
- Alzheimer
- Ansiedade
- Autismo
- Câncer
- Dor crônica
- Enxaqueca
- Epilepsia
- Esclerose Múltipla
- Fibromialgia
- Parkinson
De acordo com Caroline Heinz, vice-presidente
da HempMeds Brasil, “é uma vitória, pois com a autorização excepcional, mesmo
que por apenas um ano, o mercado se altera, das importações compassivas para um
medicamento controlado”.
O potencial desse mercado é tão
grande, que o assunto também foi capa da Folha de S.Paulo na edição de 30 de
setembro de 2019, com a neurologista da USP Laura Guilhoto dizendo que revisões
demonstraram que o uso do CBD melhorou a espasticidade em pacientes com
esclerose múltipla.
O próximo evento do LIDE FUTURO
com o tema: “Cannabusiness: Potencial Nacional e Segmentos de Negócios”, já tem
data para acontecer. Será no dia 18 de outubro, das 8h30 às 12h30, na cidade de
São Paulo, exclusivo para filiados e convidados especiais.